“Minha grande incentivadora na
leitura foi minha irmã mais velha, Ana. Tenho que confessar que seu incentivo
não foi propriamente consciente. Verdade seja dita, não foi nada consciente.
Passei minha infância em meio aos esfuziantes elogios de minha mãe, sobre os
dotes de “leitora compulsiva” de Ana e sentindo-me bastante desconfortável com
as comparações, mergulhei fundo na leitura. Acredito, no entanto, que o
mergulho tenha sido em águas tão cristalinas, pois por várias vezes frustei-me
com os incansáveis e obrigatórios livros do colegial... tudo para passar no
vestibular (com todo respeito a José de Alencar; penso até hoje, com certa
repulsa nos sórdidos detalhes do livro Senhora). Muitos livros nunca foram
lidos até o final e, via-me salvar por inúmeras vezes, pelas sinopses! Com o
passar do tempo (e como nada dura para sempre!) descobri Agatha Christie. Foi
amor à primeira vista. Ou melhor, à primeira lida. Os mistérios e pistas de
seus livros, faziam o que sempre esperei de um livro: transportavam-me para
aquele mundo, o mundo do livro, um mundo imaginário, que tornava meu mundo real
mais colorido e significativo. Agora não precisava mais das fatídicas sinOpses
afinal, Agatha Christie sabia ativar minhas sinApses! Assim descobri e me
encantei pela leitura, transformando-me (assim como minha irmã) em uma leitora
compulsiva. Obrigada Ana, pelo incentivo inconsciente. Obrigada mãe, pelas
comparações nada pedagógicas. Obrigada, Agatha Christie, pelas “pistas” que me
deu. Obrigada José de Alencar, por me ensinar que nem tudo dura para sempre!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário