sábado, 14 de setembro de 2013

Depoimento - Virgínia Pontes R. Cação

“Minha grande incentivadora na leitura foi minha irmã mais velha, Ana. Tenho que confessar que seu incentivo não foi propriamente consciente. Verdade seja dita, não foi nada consciente. Passei minha infância em meio aos esfuziantes elogios de minha mãe, sobre os dotes de “leitora compulsiva” de Ana e sentindo-me bastante desconfortável com as comparações, mergulhei fundo na leitura. Acredito, no entanto, que o mergulho tenha sido em águas tão cristalinas, pois por várias vezes frustei-me com os incansáveis e obrigatórios livros do colegial... tudo para passar no vestibular (com todo respeito a José de Alencar; penso até hoje, com certa repulsa nos sórdidos detalhes do livro Senhora). Muitos livros nunca foram lidos até o final e, via-me salvar por inúmeras vezes, pelas sinopses! Com o passar do tempo (e como nada dura para sempre!) descobri Agatha Christie. Foi amor à primeira vista. Ou melhor, à primeira lida. Os mistérios e pistas de seus livros, faziam o que sempre esperei de um livro: transportavam-me para aquele mundo, o mundo do livro, um mundo imaginário, que tornava meu mundo real mais colorido e significativo. Agora não precisava mais das fatídicas sinOpses afinal, Agatha Christie sabia ativar minhas sinApses! Assim descobri e me encantei pela leitura, transformando-me (assim como minha irmã) em uma leitora compulsiva. Obrigada Ana, pelo incentivo inconsciente. Obrigada mãe, pelas comparações nada pedagógicas. Obrigada, Agatha Christie, pelas “pistas” que me deu. Obrigada José de Alencar, por me ensinar que nem tudo dura para sempre!”



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